No sertão Nordestino...

Ao som de música ...

Muitas vezes, você percorre muitos quilômetros para se posicionar de forma especifica e tomar rumos diferentes mediante suas opiniões formadas, com relação a situações ou algo abstrato.

No momento estou vivendo em João Pessoa, cidade que me proporcionou a viajar nas primícias do forró de uma forma singular e mudar minha visão dilaceradamente acerca dos rumos que foram tomados a música regional, por conta da vulgaridade e a nudez, até mesmo a perda do foco regionalista.

Através de uma das maiores e mais deliciosas vozes que tenho prazer em ouvir, conheci e tive curiosidade em aprender um pouco do xaxado e do baião, Elba Ramalho se destaca lá atrás nos anos anteriores por mostrar ao país inteiro que no meio do sertão nordestino há cultivo daquilo que hoje e sempre tivemos prazer em apreciar a arte seja ela como for expressada.

Aqui conheci a fundo os trabalhos de Luiz gonzaga, Jackson do Pandeiro, a própria Elba, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e tantos outros que carregaram e levam essa vertente bole-bole nordestina e apresentam ao restante do país que a força da música no sertão e os movimentos realizados: como a festa de são joão, podem ser tão gigantescos e significatos pra cultura nacional como qualquer outra apresentada em maiores dimensões.

A eterna disputa, onde fica a capital do forró? qual é a maior festa do forró Campina Grande ou Caruaru? Tenho minhas preferências (rsrsrs), bom gente essa é minha homenagem a esses arredores que tanto me fascinam a três anos e me trazem muita alegria nos períodos juninos, a festa se aproxima mais um ano, e quem puder conferir a arte musical dos gênios que ainda existem é só ficar plugado na rede logo logo passo pra vocês detalhes da festa em Campina Grande.... vida longa aos Severinos do sertão...

Samba meu!!

Olha aí o Samba me pegou.... Não faço idéia de quem inventou o samba, se foram baianos ou se foram cariocas, ("O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira.O samba é tocado com instrumentos de percussão tambores, surdos e timbau") mais faço gosto em ouvir choro de flauta, violão e cavaquinho. Lá pelo ínicio do século 20 no Rio de Janeiro, nas redondesas da praça onze, era um lugar onde se reuniam vários vadios, onde na casa de Tia Ciata nomes como: Pixinguinha, Dônga, Sinhô se reuniam em prol da diversão e no meio disso elaboraram aquele que foi o primeiro samba gravado "pelo telefone", por ali também se reuniam vários negros vindos da bahia que apesar da pobreza trazia um gingado diferente para as noites cariocas, além claro dos grandes boêmios como Noel Rosa que vindo de vila isabel se rendia a vadia vida dos derredores da Lapa, e iniciava junto com outros grandes nomes como Wilson Batista versos e poesias que cravados na história da música nacional nos revela um legado importante e um cunho apologético ao samba.

No meio de tudo isso o carnaval carioca vivia seu maior apogeu, e os sambistas que de sóbrios não tinham nada, compunham da forma mais singela versos como "a sorrir eu pretendo levar a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida" de Cartola ou como "Se você jurar que me tem amor eu posso me regenerar" de Ismael Silva; os sambas foram muitos e que de tão graciosos permanecem na memória e nos enredos, quem nunca ouviu "taí eu fiz tudo pra você gostar de mim ó meu bem não faz assim comigo não" eternizado na voz de Carmem Miranda e composto pelo grande Ary Barrozo, nomes do samba são muitos e o destaque nessa época era intenso vivia-se o samba e para o samba; em período de carnaval os veículos de comunicação existentes sempre cediam mais espaço para a transcrição das letras das músicas, o que contribuiu, sem dúvida, para facilitar a memorização das mesmas. Surgiram até jornais especializados na divulgação das letras das músicas de carnaval. Nos salões dos clubes ou nas ruas, o povo cantava entusiasticamente a música dos melhores compositores: Ary Barroso, Lamartine Babo, Noel Rosa, João de Barro, Benedito Lacerda, Haroldo Lobo, Antônio Nássara, Antônio Almeida, Roberto Martins, Ataulfo Alves e muitos, muitos outros que se notabilizaram com seus sambas e marchas de carnaval que até hoje são cantados pelos foliões.

A década de 30 é a chamada "década de ouro" do carnaval brasileiro. Dessa década são os maiores sucessos de carnaval de todos os tempos e que até hoje se posicionam entre as músicas mais tocadas e cantadas em todo o Brasil: Mamãe eu quero, Pierrot apaixonado, Touradas em Madrid, Taí, Na Pavuna, Dá nela, Teu cabelo não nega, Linda morena, Linda lourinha, Agora é cinza, Cidade maravilhosa, A jardineira e muitas outras.

A década de 40, apesar de rica também em sucessos carnavalescos, sofreu a conseqüência da guerra e algumas músicas de sucesso tiveram seus temas relacionados com o conflito. Podem ser citadas como sucessos consagrados: Cai, cai, Aurora, Ala-la-ô, Ai que saudades da Amélia, Nós os carecas, Praça 11, Laurindo, Club dos barrigudos, Que rei sou eu, Espanhola, Cordão dos puxa-sacos, Onde estão os tamborins, Chiquita bacana e muitas outras.

Da década de 50, podem ser citados os seguintes grandes sucessos: Serpentina, Lata d'água, Sapato de pobre, Sereia de Copacabana, Saçaricando, Daqui não saio, Cachaça, Barracão, Piada de salão, Saca-rolha, Império do samba, Maria escandalosa, Quem sabe, sabe, Vai com jeito, Zé Marmita, Pedreiro Valdemar, Fanzoca de rádio, Chora doutor e muitas outras.

Músicas como: Me dá um dinheiro ai, Índio quer apito, Garota de Saint Tropez, Pó de mico, Cabeleira do Zezé, Bigorrilho, Mulata ié, iê, iê, Trem das onze, Tristeza, Máscara negra, Até quarta-feira, Voltei foram sucesso na década de 60.

Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

Principais tipos de samba:

Samba-enredo: Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba.

Samba de partido alto: Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.

Pagode: Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular.

Samba-canção: Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.
Samba carnavalescoMarchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.

Samba-exaltação: Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves.

Samba de breque: Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva .

Samba de gafieira: Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.
SambalançoSurgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos

Sambalanço: Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.

De onde veio..pra onde vai...não importa, mais o que não se pode negar é que uma roda de samba envolve de forma energética qualuqer um cidadão, a minoria diz que não gosta ...mais gosta... porisso EU SAMBO MESMO!!!

Esse blog abre um fórum curioso,um tanto instigante à arte nacional trazendo a forma mais poética que é os versos criados sobre o calor das conquistas e dos grandes dissabores,um resgate a poetas populares, aos compositores que deram vida a forma lírica de sua terra, sambistas, escritores, pensadores, anarquistas, malandros, brasileiros; enfim a arte como um todo, na tentativa de enaltecer o legado dos cariocas, baianos, paraibanos, de todos os que compõe essa mistura de raças que deu origem a essa estranha, abusiva e formosa BRASILIDADE!